My dreams they keep a hold of me
My guide when I can't see
de uma cidade onde o silêncio muitas vezes se ouviu,onde a música era também ouvida e vista.Muitas foram as vezes que acordei ao som de uma flauta,violino ou de um piano vadio,onde uma grande parte das pessoas passeavam com os seus instrumentos, ora grandes violencelos ás costas,ora pequenos violinos na mão.
de uma cidade de edificios magestosos e imponentes.
de uma cidade onde o Danubio há muito deixou de ser azul,e se é o responsavel pela divisão da cidade é também ele que a une e que a torna uma das mais belas cidades da Europa.
Etiquetas: Budapeste, voltas e mais voltas
Há qualquer coisa de belo na alegria,na ausência de dor,nesses dias suportáveis e amainados em que nem a dor nem o prazer ousam gritar,em que tudo sussurra e anda de mansinho em bicos dos pés.Mas comigo,infelizmente, acontece que é precisamente essa alegria que menos tolero;após algum tempo ela torna-se-me insuportável,de odiosa e repugnante,forçando-me a fugir,de desespero,para outras temperaturas,porventura trilhando caminhos de luxúria,mas se necessário dor também de sofrimento.Quando passo algum tempo sem alegrias nem penas,respirando a sofribilidade morna e insípida dos chamados dias bons,nasce na minha alma de criança um tormento,uma revolta tão inflamada,que atiro a enferrujada lira da gratião ao beatífico rosto do deus meio-adormecido da satisfação,e preferia uma dor francamente diabólica fervilhando dentro de mim a esta aprazível temperatura ambiente.Irrompe então em mim uma feroz avidez de sensações,de emoções fortes,uma raiva contra esta vida descolorada,banal,estandarlizada e esterilizada,e um avassalador desejo de arrasar qualquer coisa,um armazém ou uma catedral,sei lá,ou eu próprio,pôr-me a fazer disparates arrojados,arrancar as perucas a uns tantos ídolos venerados,proporcionar a uns tantos rapazinhos estudantes em revolta o ansiado salto até Hamburgo, seduzir uma miúda ou torcer o pescoço a uns tantos representantes da ordem universal burguesa.É que não havia coisa que eu mais detestasse,abominasse e execrasse no mais íntimo do meu ser:essa beatitude,essa saúde,esse bem-estar,esse acalentado optimismo do burguês,essa cultura farta e próspera do medíocre,do normal,do mediano. Herman Hesse
Lobo das EstepesEtiquetas: Leituras, Pensamentos, Senhores
Susi
Pudesse eu, e fecharia todos os zoológicos do mundo. Pudesse eu, e proibiria a utilização de animais nos espectáculos de circo. Não devo ser o único a pensar assim, mas arrisco o protesto, a indignação, a ira da maioria a quem encanta ver animais atrás de grades ou em espaços onde mal podem mover-se como lhes pede a sua natureza. Isto no que toca aos zoológicos. Mais deprimentes do que esses parques, só os espectáculos de circo que conseguem a proeza de tornar ridículos os patéticos cães vestidos de saias, as focas a bater palmas com as barbatanas, os cavalos empenachados, os macacos de bicicleta, os leões saltando arcos, as mulas treinadas para perseguir figurantes vestidos de preto, os elefantes mal equilibrados em esferas de metal móveis. Que é divertido, as crianças adoram, dizem os pais, os quais, para completa educação dos seus rebentos, deveriam levá-los também às sessões de treino (ou de tortura?) suportadas até à agonia pelos pobres animais, vítimas inermes da crueldade humana. Os pais também dizem que as visitas ao zoológico são altamente instrutivas. Talvez o tivessem sido no passado, e ainda assim duvido, mas hoje, graças aos inúmeros documentários sobre a vida animal que as televisões passam a toda a hora, se é educação que se pretende, ela aí está à espera.
Perguntar-se-á a que propósito vem isto, e eu respondo já. No zoológico de Barcelona há uma elefanta solitária que está morrendo de pena e das enfermidades, principalmente infecções intestinais, que mais cedo ou mais tarde atacam os animais privados de liberdade. A pena que sofre, não é difícil imaginar, é consequência da recente morte de uma outra elefanta que com a Susi (este é o nome que puseram à triste abandonada) partilhava num mais do que reduzido espaço. O chão que ela pisa é de cimento, o pior para as sensíveis patas deste animais que talvez ainda tenham na memória a macieza do solo das savanas africanas. Eu sei que o mundo tem problemas mais graves que estar agora a preocupar-se com o bem-estar de uma elefanta, mas a boa reputação de que goza Barcelona comporta obrigações, e esta, ainda que possa parecer um exagero meu, é uma delas. Cuidar de Susi, dar-lhe um fim de vida mais digno que ver-se acantonada num espaço reduzidíssimo e ter de pisar esse chão do inferno que para ela é o cimento. A quem devo apelar? À direcção do zoológico? À Câmara? À Generalitat?
By
José Saramago Etiquetas: Animais, ideias
se tivesse ido uma semana mais tarde a Londres,com sorte ainda agora por lá andava....
Heathrow Airport – Both runways closed, flights cancelled, diverted and delayed.
Etiquetas: Londres, Pensamentos, sonhos
de querer levantar rápido,para irmos em busca daqueles livros que fazem parte de listas imensas,que queremos comprar.Da dorzinha que temos ao percorrer os olhos pelas prateleiras e encontrá-los
do desânimo daqueles que não conseguimos,porque existe(por incrível que me pareça a mim)ainda mais malucos do que eu,que foram lá ás nove da manhã e conseguiram o unzinho que existia.
as mensagens de alert,alert,ao ver o único exemplar de algo que a
gaja tanto queria.
os sacos de pano ás costas pelo Chiado,como se de Natal se tratasse.
e agora poder olhar para eles,lendo aqui e ali,riscando os nomes da lista e considerando-os meus.
Etiquetas: compras, Livros, Paixões